Uma decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que suspendeu as reuniões das comissões durante o recesso, levou parlamentares da oposição a protestarem e concederem entrevistas, criticando a medida.
O ato, no entanto, gerou desconforto entre aliados e revelou mais uma divisão no PL, partido de Jair Bolsonaro. O episódio ocorreu em meio à crise causada pelo anúncio de novas tarifas comerciais impostas por Donald Trump ao Brasil, com efeitos políticos imediatos.
A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros vendidos nos EUA deve entrar em vigor em 1º de agosto, daqui a nove dias, o que preocupa o governo brasileiro. O PL busca uma solução política para a crise do "tarifaço" de Trump, tentando evitar desgastes para seu possível candidato em 2026.
Internamente, parlamentares que participaram do protesto foram criticados por setores mais pragmáticos do partido, que consideraram que a exibição da bandeira de Trump "tirou o foco" do motivo original do ato: a oposição à suspensão das comissões.
O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública, afirmou que pediu para retirar a bandeira, pois "não era o foco". No entanto, ele defendeu Trump, vinculando a medida à política externa de Lula: "Tudo que o presidente Trump faz é uma resposta ao trabalho da diplomacia do presidente Lula."
Outros parlamentares, como Filipe Barros (PL-PR), presidente da Comissão de Relações Exteriores, participaram do protesto sem aderir ao gesto com a bandeira. Barros destacou que a oposição pretende recorrer a organismos internacionais e mobilizar a militância em defesa de Bolsonaro.
Apesar de terem exibido uma placa de apoio a Bolsonaro durante o ato, a bandeira de Trump acabou roubando a cena, segundo avaliações de interlocutores. Bolsonaro era esperado no evento, mas não compareceu.
Por: Portal Destaque, em 23/07/2025.
0 Comentários