Trump diz que tarifa de 50% é para países com quem os EUA 'não têm se dado bem'

O ex-presidente dos EUA Donald Trump afirmou nesta quarta-feira (23) que as novas tarifas comerciais impostas a outros países não serão inferiores a 15%, indicando que o piso das sobretaxas será mais alto do que o inicialmente previsto antes do prazo de 1º de agosto. 

(Foto: Reuters)

"Estabeleceremos uma tarifa direta, variando entre 15% e 50%", declarou Trump durante um evento sobre inteligência artificial em Washington. "Alguns países terão 50% porque não mantêm boas relações conosco."  

O Brasil foi o único alvo da taxa máxima de 50% no último anúncio de tarifas do republicano, que justificou a medida citando o que chamou de "perseguição política" do STF contra Jair Bolsonaro.  

A declaração de Trump sobre o piso de 15% marca uma mudança em sua estratégia de ampliar tarifas para quase todos os parceiros comerciais dos EUA. No começo de julho, ele havia mencionado que mais de 150 nações receberiam notificações com taxas de "10% ou 15%", valor ainda não definido.  

O secretário de Comércio Howard Lutnick adiantou no domingo (20) que nações menores, incluindo latino-americanas, caribenhas e africanas, teriam uma taxa base de 10%. O plano inicial, anunciado em abril, previa uma tarifa universal de 10% para a maioria dos países.  

As declarações desta quarta reforçam que Trump pretende aplicar medidas mais duras contra nações que não fecharam acordos com Washington. Recentemente, ele anunciou entendimentos com Japão, Indonésia e Filipinas, enquanto negociações com a União Europeia avançam.  

Brasil sem diálogo 

A menos de dez dias do prazo final para a aplicação das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, os canais formais de negociação entre os governos permanecem bloqueados. Autoridades americanas informaram ao governo Lula que as tratativas só serão retomadas após aval direto de Trump.  

Fontes do Planalto afirmam que o caso está parado na Casa Branca, sem previsão de resposta às propostas brasileiras.  

Acordos em troca de reduções

Apesar de inicialmente buscar múltiplos acordos, Trump tem tratado notificações unilaterais como "acordos" e demonstrado pouco interesse em negociações detalhadas. No entanto, deixou espaço para que países possam reduzir suas tarifas mediante contrapartidas.  

Na terça-feira (22), ele reduziu a tarifa sobre o Japão de 25% para 15% após Tóquio liberar importações de produtos americanos e anunciar investimentos de US$ 550 bilhões nos EUA.  

Outras nações, como Coreia do Sul, Índia e membros da UE, correm contra o tempo para fechar acordos antes de 1º de agosto.  

"Não é viável negociar com todos", disse Trump, destacando que a UE terá taxas menores se abrir seu mercado a empresas dos EUA: "As conversas com eles são sérias".  

Por: Portal Destaque, em 23/07/2025.

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