Eduardo Bolsonaro ignora apelos, intensifica críticas e ataca senadores e Tarcísio

As declarações do deputado agravam a crise diplomática e vão na contramão de setores que buscam preservar o capital político da direita.

(Foto: Instituto Vladimir Herzog)

O deputado Eduardo Bolsonaro desconsiderou pedidos de aliados para moderar seu discurso e decidiu escalar as críticas nesta quarta-feira (24), ao confrontar diretamente senadores que tentam amenizar os impactos das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.  

"Ainda há senador que acha que vir aos Estados Unidos e ter uma boa conversa vai resolver essa questão. Nada mais ingênuo", disse o parlamentar em um vídeo publicado em suas redes sociais.  

Eduardo Bolsonaro também encerrou uma trégua e atacou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, principal nome da direita cotado para suceder o capital político de Jair Bolsonaro, atualmente inelegível. O motivo foi a aliança de Tarcísio com o MBL, grupo crítico à família Bolsonaro. No Palácio dos Bandeirantes, a orientação é não responder.  

"Por que o @tarcisiogdf mantém como vice-líder uma pessoa do MBL, grupo que defende minha prisão, a do meu pai, a de jornalistas exilados e de pessoas que ficaram anos sem ver os filhos, como o @allanconta5?", questionou.  

Eduardo Bolsonaro apoia taxação de produtos brasileiros pelos EUA  

A declaração ocorreu após a operação da Polícia Federal que impôs medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, colocando o deputado no centro de uma crise política com desdobramentos diplomáticos.  

A oposição tenta, sem sucesso até agora, dissociar-se das medidas de Trump contra o Brasil.  

A insistência em defender Donald Trump, mesmo diante da percepção crescente de interferência externa em decisões que afetam a economia brasileira, aprofundou a crise.  

O resultado foi a formação de um raro consenso entre o Palácio do Planalto e líderes do Congresso: ambos passaram a enxergar as ações do governo Trump como um ataque à soberania nacional, bandeira que une esquerda e direita quando há ameaça externa.

Por: Portal Destaque, 24/07/2025.